As Grandes Navegações


Colonização

Durante os séculos XV e XVI, tivemos um processo histórico chamado de Grandes Navegações. Este processo, também chamado de Expansão Marítima Europeia, foi consequência de vários fatores; vamos destacar os principais.


O progresso tecnológico

O acúmulo de capital, consequência da Revolução Comercial Europeia (séculos XIV e XV), provocou a necessidade de expandir mercados. Esta necessidade estimulou o desenvolvimento tecnológico; pois era necessário equipar os barcos (navios) para grandes viagens em alto-mar. Assim, surgiram os mapas, já traçados pelos navegadores italianos; a caravela, barco típico e mais seguro para viagens em alto-mar; os portugueses inventaram a Vela triangular, capaz de impulsionar mais o navio e viajar contra o vento. Vários instrumentos náuticos foram inventados ou adaptados às novas necessidades. Foi o caso da bússola e do astrolábio. A invenção da bombarda (canhão) e da pólvora, deram mais segurança aos navegadores. O aperfeiçoamento da imprensa, por sua vez, propiciou a divulgação das novas técnicas e o intercâmbio de informações. Na Península Ibérica (Portugal e Espanha), no pequeno Reino Português, surgiu o mais importante centro de estudos e desenvolvimento de projetos navais da época: a Escola de Sagres. Organizada pelo Infante (título dado ao filho do rei português) D. Henrique, a Escola de Sagres reunia matemáticos, cartógrafos, astrônomos e marinheiros experientes, os quais tornaram a navegação mais rápida e segura no século XV, graças aos novos mapas, instrumentos e técnicas ali desenvolvidos.

Comércio com o Oriente

As Cruzadas dos séculos XII e XIII fizeram com que o homem europeu entrasse em contato com uma série de produtos diferentes que, vindos do Oriente, no Ocidente (Europa) tornar-se-iam raros e caros. Tal fato fez com que o comércio entre Oriente e Ocidente crescesse bastante.


Os relatos de Marco Polo

Navegador experiente, ao chegar de suas viagens pelo Oriente, fazia relatos fantásticos, descrevendo-o como uma região de abundantes riquezas em ouro, joias e produtos jamais vistos no Ocidente.
O comércio pelo Mediterrâneo
As caravanas transportavam por terra as mercadorias orientais até os entrepostos nas costas do Mediterrâneo (principalmente a cidade de Constantinopla), onde os produtos eram vendidos aos comerciantes por preços muito altos. Em 1453, os turcos otomanos tomaram a cidade de Constantinopla e impuseram impostos muito altos para quem quisesse fazer comércio. Isto atingiu diretamente as cidades italianas de Gênova e Veneza, que compravam estes produtos nos portos do Mediterrâneo e mantinham um rigoroso controle sobre este comércio (monopólio). De uma certa maneira, alguns países europeus também se viram prejudicados com a fonte de mercadorias nas mãos turcas e tentarão furar este bloqueio, na tentativa da busca de um caminho marítimo para as Índias (Oriente).

Centralização do poder

Entre as condições necessárias à expansão marítima, a burguesia comercial precisava do apoio de um poder central forte e soberano para vencer a resistência da nobreza feudal, concentrando, assim, recursos necessários ao empreendimento, a fim de garantir, política e militarmente, as conquistas coloniais. Com o surgimento das Monarquias Nacionais (de poder absoluto), os objetivos da burguesia comercial foram atingidos, pois os burgueses se aliaram aos reis.

Sobre a Escola de Sagres, é bom lembrar que, entre outras realizações, os estudiosos de Sagres escreveram cartas astronômicas e manuais de navegação, mapearam terras e correntes marítimas, aperfeiçoaram a bússola e o astrolábio, desenvolveram a caravela e criaram a espantosa navegação “a sotavento”, isto é, contra o vento. Os produtos vindos do Oriente eram classificados em especiarias e especiarias de luxo. As especiarias comestíveis eram, principalmente cravo, canela, gengibre, noz-moscada, pimenta do reino, entre outras. Já as especiarias de luxo eram seda, porcelanas, tecidos, âmbar, sandálias, tapetes, perfumes, ourivesarias, madeiras, metais, utensílios domésticos, entre outras. Originalmente, a cidade de Constantinopla chamava-se Bizâncio e foi capital do Império Romano Oriental. Embelezada pelo imperador Constantino, passou a se chamar Constantinopla. Ao ser tomada pelos turcos, estes mudaram seu nome para Istambul, que permanece até os dias de hoje. Portugal foi o primeiro país europeu a lançar-se às Grandes Navegações, o que não aconteceu por acaso. Inúmeras razões contribuíram para isso, entre elas a pouca quantidade de metais preciosos para a cunhagem de moedas, a falta de produtos agrícolas e de mão de obra, o desejo de expandir a fé cristã e a necessidade de conseguir novos mercados. Além disso, Portugal era uma nação privilegiada em relação às outras, pois contava com fatores que possibilitaram sua primazia nas Grandes Navegações, tais como posição geográfica favorável; apoio da burguesia; poder centralizado desde 1383 e evolução náutica.

Portugal foi o primeiro país europeu a lançar-se às Grandes Navegações, o que não aconteceu por acaso. Inúmeras razões contribuíram para isso, entre elas a pouca quantidade de metais preciosos para a cunhagem de moedas, a falta de produtos agrícolas e de mão de obra, o desejo de expandir a fé cristã e a necessidade de conseguir  novos mercados. Além disso, Portugal era uma nação privilegiada em relação às outras, pois contava com fatores que possibilitaram sua primazia nas Grandes Navegações, tais como posição geográfica favorável; apoio da burguesia; poder centralizado desde 1383 e evolução náutica.

Portugal começou a desenvolver suas viagens ultramarinas bem antes da tomada de Constantinopla. O marco inicial foi a conquista da cidade de Ceuta, no norte da África. As viagens portuguesas foram denominadas périplo africano, pois pretendiam alcançar o Oriente contornando a África. Vários foram os empreendimentos no litoral da África; conheça os mais importantes:
1415: tomada de Ceuta – marco inicial das Grandes Navegações.
1434: Cabo Bojador – os portugueses conseguiram, nestas regiões, grande quantidade de ouro, escravos
1488: contorno do Cabo da Boa Esperança (Cabo das Tormentas) por Bartolomeu Dias.
1498: caminho marítimo para as Índias, descoberto por Vasco da Gama.
1500: os portugueses chegaram às costas do Brasil, comandados por Pedro Álvares Cabral.

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