MESOPOTÂMIA
A Mesopotâmia
é uma planície entre os rios Tigre e Eufrates, onde hoje está o Iraque. Os rios
permitiram o desenvolvimento da agricultura. Há milhares de anos, a população
local drenou os Pântanos, escavou canais de irrigação e reservatórios. As obras
Hidráulicas (relacionadas com a água) eram feitas antes de existir qualquer
tipo de Estado. Mais tarde o próprio Estado se incumbiu de organizar essas
obras.
Muitas
civilizações se desenvolveram na região ao longo dos séculos: Sumérios,
Babilônicos, Assírios, Caldeus. Essas sociedades eram semelhantes. Estavam
divididas em classes sociais. Aa maior parte da terra pertencia ao Estado. A
nobreza era formada pelas famílias que tinham os principais cargos no Estado, e
transmitiam os privilégios aos filhos, e transmitiam os privilégios aos filhos.
Em certas épocas, os templos religiosos também tiveram terras, mas os templos
eram administrados pelos funcionários do Estado, e os sacerdotes eram da
nobreza. Não havia separação entre o poder político e o poder religioso. Os
nobres também possuíam pedaços particulares de terra, que podiam ser alugados e
vendidos. A terra era trabalhada pelas comunidades de camponeses. Eles pagavam
dois impostos: entregavam parte do que produziam e tinham que trabalhar
gratuitamente para o Estado, por exemplo, fazendo canais de irrigação, muralhas
par as cidades, estradas e templos. Os escravos não eram muito numerosos. A
maior parte eram mulheres que trabalhavam na casa dos nobres.
A Suméria era
a região sul da Mesopotâmia. Por volta de 3500 a. C., os Sumérios já tinham
cidades. Não havia poder político central, um governo único para todas as
cidades. Cada cidade tinha seu próprio governo independente e era alimentada
pelos campos ao redor. Por isso dizemos que eram cidades – Estado. Tinham
centenas de casas e eram protegidas por grossas muralhas de tijolo. No palácio
do rei havia funcionários especializados em anotar tudo oque acontecia, os atos
do rei, as leis, o resultado da cobrança de impostos. Foi a necessidade de
guardar esses registros que estimulou a invenção da escrita, lá por volta de
3500 a. C. Isso dá o que pensar: a
escrita foi inventada para que o Estado
tivesse maior poder!
A principal
cidade suméria foi Ur. Por volta do ano 2000 a. C. (há cerca de 4 mil anos!), as
cidade-Estado da Babilônia tornou-se mais rica e forte. A Babilônia ficava num
ponto em que o Tigre e o Eufrates quase se tocam. Por ali passavam mercadores
com produtos de terras estrangeiras distantes. Os impostos sobre os
comerciantes ajudaram a enriquecer a Babilônia. O rei babilônico mais destacado
foi HAMURABI, que venceu inúmeras guerras contra as cidades sumérias. Porém,
sua obra mais famosa não foi feita com a espada, mas com a vareta de escrever
nas tábuas de barro: O Código de Hamurabi (cerca de 1750 a. C.). Todos os
habitantes da Babilônia tinham que obedecer a esse conjunto de leis. Seu
princípio era o do “olho por olho, dente por dente. Por exemplo, se uma pessoa furasse o olho da
outra, seria castigada pelo governo, que vazaria um de seus olhos. A dureza não
parava aí. Se alguém roubasse uma casa
seria executado. Mas essas leis só valiam para os nobres. Se um nobre cegasse
um camponês, seu castigo seria apenas pagar uma multa. O Código de Hamurabi é
conhecido pelo rigor, mas por nossos padrões atuais de justiça continha ideias
sensatas. Por exemplo, se um homem, sem querer, deixasse a água de seu canal
invadir o terreno vizinho, ele teria que pagar indenização.
A localização
da Babilônia, proporcionava riqueza e olhares de cobiça de outros povos. Por
isso, a cidade foi atacada por outros povos. Por volta de 910 a. C., os assírios formaram um império, ou seja,
assumiram o controle de muitos povos e cidades-Estado. Eles parecem ter sido
especialmente terminados por causa de sua violência contra os prisioneiros de
guerra: cortavam a cabeça de uns, furavam os olhos de outros. É claro que não
faziam isso por “maldade”, mas para aterrorizar as pessoas o suficiente para
que elas pagassem tributos ao Estado assírio. Mas os assírios também desenvolveram
intensa vida cultural. O rei Assurbanipal mandou construir uma enorme
biblioteca na cidade de Nínive. Tinha dezenas de milhares de tijolos marcados
com a escrita cuneiforme (em forma de cunha), que guardavam lendas e trechos de
história assíria, leis e acordos comerciais entre pessoas. Até hoje são fontes
de estudos para historiadores. As rebeliões dos povos dominados enfraqueceram o
império assírio. Os Caldeus, um povo que tinha se instalado na Babilônia alguns
séculos antes (naquelas civilizações as mudanças eram percebidas depois de
séculos), acabaram assumindo o controle da região. Nínive foi invadida e
incendiada. Nem as crianças assírias foram poupadas das degolas.
Os caldeus
utilizaram a guerra para dominar a Mesopotâmia. Esse novo império da Babilônia
foi conquistado no império do caldeu Nabucodonosor.
Ele dominou regiões distantes, onde hoje estão o Líbano, a Síria e Israel. Esse
fato está registrado na Bíblia, que fala da invasão da cidade de Jerusalém e
escravização dos habitantes do povo hebreu (judeu). A cidade foi melhorada,
ganhou grandes prédios. O mais famoso foram os Jardins Suspensos da Babilônia, um Zigurate, com plantas e árvores trazidas da Pérsia, verdadeira
montanha artificial. A distante Pérsia estava mais próxima do que parecia. Depois
da morte do rei Nabucodonosor, os persas
chefiados pelo rei Ciro dominaram a região (em 580 a. C.).
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