FEUDALISMO
Feudalismo
Afirmam
alguns historiadores que o termo “feudo” tem sua raiz na língua latina e
significa “fidelidade”. Outros estudiosos dizem que o termo é germânico e
significa “uma gleba de terra recebida em recompensa”, como era um dos costumes
germânicos. Na verdade o sistema feudal tem sua origem nos costumes
germânicos somados à cultura romana dentro da Europa ocidental esfacelada
pelos bárbaros.
Podemos definir
Feudalismo com sendo um sistema socioeconômico, que vigorou na Europa ocidental,
aproximadamente entre a segunda metade do século IX até o início do século XV,
em que todo poder concentrava-se nas mãos de quem possuía uma imensa gleba de
terras (feudo), e que tem como grande característica política, a
descentralização, ou seja, o poder não se encontra na mão de um rei, mais
diluído entre centenas de Senhores Feudais (nobreza).
O Feudo, propriedade típica da Idade Média.
Lembrando que
Alguns
autores afirmam que feudo, era em geral, a propriedade do senhor. Mas às vezes,
podia ser um emprego, uma posição social, um privilégio especial, o direito de
cobrar certos tributos, de cunhar moedas, de estabelecer o monopólio de certo
comércio. Observemos que Carlos Magno, quando divide seu império em regiões
administrativas, concede uma série de privilégios aos que de-vem administrar
seus domínios. Na verdade, Carlos Magno sendo de origem germânica, com suas
atitudes de conceder privilégios a vassalos, vai abrindo caminho para a
formação do sistema feudal dentro de seu reino.
Instituições
romanas e germânicas
É
quase unânime entre os historiadores, afirmarem que a origem do feudalismo
encontra-se em algumas instituições romanas e bárbaras germânicas. Vejamos
algumas:
Romanas
Clientela ou patrocínio: na antiga
Roma, os clientes (na maioria
parentes próximos dos patrícios), prestavam todo tipo de ser-viço e obrigações
aos patrícios, recebendo em troca proteção e alguns privilégios.
Colonato: antigos latifúndios romanos eram divididos em glebas que acabavam
sendo arrendadas para agricultores sem posse. O homem fixava-se na terra, dando
origem à servidão.
Precarium: sistema de
arrendamento de terras.
Germânicas
Benefícios: consistia em concessão de
terras, como recompensa por serviços
prestados.
Comitatus: grupo formado
pelos guerreiros e o seu chefe, com obrigações recíprocas de ajuda e
lealdade. Por meio desta instituição, dividiam-se terras entre os guerreiros
que originaram muitos feudos na Europa.
Concessões e imunidades: concedia-se
a certas pessoas por ocupar cargos
de grande confiança ou mesmo por bons serviços prestados. Temos um exemplo,
nos privilégios concedidos por Carlos Magno aos administradores de seus
domínios e aos Missi Dominici.
Invasões
bárbaras
Entre os séculos
III e X da era cristã, a Europa ocidental foi sofrendo sucessivas invasões de
povos bárbaros que fragilizaram o Império Roma-no, até que este caísse
totalmente em 476. A onda de invasões se estendeu ainda por quase cinco
séculos, quando os bárbaros implantaram uma vida rude e ruralizada, destruindo
a noção de Estado centralizado. Não utilizavam moeda nem escrita, economia de
subsistência e comércio à base de troca. Portanto, o feudalismo se desenvolve
em meio a um clima de insegurança provocado por estas invasões, somadas ainda à
expansão dos árabes, que em 711 invadem a península Ibérica e também passam a
controlar o Mediterrâneo. Ao norte da Europa, os vikings desencadeiam uma série
de pilhagens, levando terror e a fuga para o interior, provocando um enorme
êxodo urbano com todas as condições de uma vida ruralizada naquela parte do
continente europeu, uma das características fundamentais do sistema feudal.
Características: o sistema
feudal possui algumas características
fundamentais, fruto de todo um processo histórico como já vimos.
Políticas: o grande enfraquecimento do poder real (na maioria das vezes, o
rei não passa de apenas mais um Senhor Feudal, chamado de “suserano dos
suseranos”). Predominará um poder local, senhorial, controlado pelos senhores
feudais que determinam em seus domínios taxas a serem cobradas, sistema de
pesos e medidas, a permissão para cunhar moedas, leis, distribuição de
benefícios e privilégios, organização de um exército particular, pedágios e
outras determinações sem limites. Juntamente com a descentralização do poder
temos outra característica vital para o funcionamento do sistema, que é a
relação de suserania e vassalagem. O senhor feudal (suserano), cede a posse do
feudo ao vassalo, mediante contrato. Este, por sua vez, pode ceder parte do
arrendamento a outra pessoa, também mediante contrato, a qual se torna seu
vassalo.
Para
Lembrar
A concessão de um feudo realizava-se mediante cerimônias solenes: a
homenagem e a investidura.
Pela homenagem, o vassalo obrigava-se a auxiliar o suserano, militar e
financeiramente. Pela investidura, o suserano com-prometia-se a garantir
proteção, assistência econômica e justiça ao vassalo.
Econômicas: regra geral, a economia feudal
(modo de produção feudal) é estática. A produção é de subsistência ou
autossuficiente. Diz-se da produção feudal: “o feudo basta a si próprio”. Não
se produz para o comércio, mas sim para a sobrevivência, o que leva a maneira
de se produzir, lenta, rústica
e sem desenvolvimento técnico; logo, é característica a baixa produtividade,
não suprindo, muitas vezes, as necessidades básicas. Quando nos referimos à
produção de subsistência, inclui-se além de uma produtividade agro-pastoril, as
diversas formas de produção artesanal, pois sendo o comércio e a circulação de
moedas quase inexistentes neste sistema, faz-se necessário produzir do mesmo
desde a cama de palha até uma coalhada, como um prato ou talher rústico. O
escambo (troca de mercadorias) é a pratica utilizada para suprir as lacunas
necessárias, a mão de obras é servil.
Sociais: a sociedade feudal é
estamental (dividida por nascimento
e privilégios). Compunha-se de três classes ou estados: clero (oratores - os
que rezam.); nobres (Belatores - os que guerreiam); servos (laboratores - os
que trabalham).
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