TRABALHO HUMANO

O trabalho, assim como nós o chamamos, tem extrema importância nas nossas vidas. Desde muito cedo, a busca pelo trabalho começa a nos atormentar.
Possivelmente, você responderá que o trabalho nos dá condições de sobrevivência e que, sem o trabalho não conseguiríamos pagar nossas contas. Não satisfeito, você também nos diria que aquele que não trabalha é vagabunda, não quer nada com a dureza da vida.
No século XIX, um filósofo alemão chamado  Karl Marx escreveu teorias sobre o trabalho. Segundo ele, o trabalho é a transformação da natureza.
Mas o que seria isso? Como assim transformação da natureza?
Segundo Marx, o homem domina a natureza e a transforma naquilo que ele idealiza, colocando-a sob seu serviço. Por exemplo:
O homem necessita escrever para se comunicar com outros homens, portanto ele corta a árvore e a transforma em um lápis.
É claro que não é fácil transformar uma árvore em lápis. Muito tempo se passou para aprendermos a derrubar uma árvore e principalmente fabricar um lápis. Antes disso, o homem primitivo se comunicava lascando pedras e pintando paredes das cavernas.  Para Marx, então, todo processo de trabalho é um processo de transformação da natureza, mas ao transformá-la,o homem também transforma a si mesmo. Assim, ao lascar uma pedra para escrever algo o homem se transforma e aprimora tanto sua escrita quanto o instrumento que ele utilizou. Em outras palavras, o homem aprende com aquilo que faz.
Cada vez que ele transforma a natureza no processo de trabalho, o homem é capaz de analisar as melhores formas de produção, o que dá certo e o que dá errado, aliando qualidade à quantidade e desenvolvendo novas tecnologias para suprir suas próprias necessidades.

É importante Lembrar que o Homem só Transforma a Natureza conforme  sua necessidade

É a partir de uma necessidade objetiva/material que o homem cria seus instrumentos para supri-las.

Só existe lápis devido à necessidade de se comunicar. ou seja,
ENTÃO A ABELHA QUE CONSTRÓI A SUA COLMÉIA TRANSFORMA A NATUREZA?
E AS ARANHAS QUE TECEM AS TEIAS? O QUE DIFERE O HOMEM DESSES ANIMAIS?
A aranha ou a abelha transformam a natureza pelo simples instinto de sobrevivência. Não quer dizer que realizem processo de trabalho. O que difere o homem desses animais é a capacidade de, racionalmente, idealizar e visualizar seu produto em sua mente antes de materializar o seu trabalho.
A abelha pode dar um show de arquitetura construindo a mais bela colméia, mas não tem a capacidade de pré-idealizar e refletir conscientemente sobre o que está fazendo. O trabalho, então, é a transformação da natureza para a satisfação das necessidades humanas. É condição para existência da sociedade e sua constante evolução. Ao transformar a natureza o homem se reconhece no seu produto e fica orgulhoso daquilo que fabricou. Ele enxerga o lápis e se reconhece no objeto que produziu, como se olhasse em um espelho.  Assim, o trabalho é produto de valor, ou seja, produz objetos e utensílios que vão servir à humanidade para suprir determinada necessidade, e, portanto, é indispensável para a existência de sociedades.
Reúne as características do trabalho, seja ele artesanal, manufaturado ou industrial, e constitui-se pelo objeto sobre o qual se trabalha e por todos os meios de trabalho necessários à produção (instrumentos ou ferramentas, máquinas, oficinas, fábricas, etc.).
Meios de produção são o conjunto de meios e objetos de trabalho: Instrumentos, ferramentas, instalações, estruturas, etc. Modo de produção é a forma de organização socioeconômica associada à uma determinada etapa de desenvolvimento das forças produtivas e das relações de produção.

Forças produtivas são as formas que uma determinada sociedade tem para transformar a natureza, ou seja, as formas de produção do trabalho.
Primitivismo
O modo de produção primitivo foi desenvolvido na pré-história, quando o homem ainda não produzia seu próprio alimento. Eram nômades que caçavam, pescavam, colhiam e dividiam os alimentos entre sua própria tribo (caracterizando uma produção de subsistência). Desta forma só produziam aquilo que poderiam consumir. Com o advento da agricultura, os homens começaram a ter noção de território, se tornando sedentários. Desta forma surgiu toda uma divisão de trabalho: uns plantavam, outros trabalhavam nos moinhos, e alguns tinham a tarefa de defender as terras, formando os primeiros exércitos. a nova estruturação de sociedade instituída sob bases privadas e a consequente divisão social do trabalho, instituiu as classes sociais, a exploração do homem pelo homem e as lutas entre as tribos.

Escravismo
O modo de produção escravista surgiu na Grécia Antiga, e posteriormente foi o modo de produção transposto e praticado por todo o Império Romano. Com o surgimento da propriedade privada, houve um aumento das famílias nobres, tornando-se necessário mais terras e mais gente para trabalhar no cultivo. Esse problema, em parte, era resolvido com guerras de conquista: Guerreava-se com os povos vizinhos e as terras conquistadas eram repartidas entre os nobres. O povo derrotado era escravizado e se tornava propriedade do Estado, que a concedia aos nobres. Um cidadão não-estrangeiro também poderia se tornar escravo de alguém, se contraísse com pessoa uma dívida que não pudesse pagar. Assim, o trabalho passou a ser uma exclusividade dos escravos (apesar de haver pequenos camponeses livres). O trabalho escravo se tornou a base da economia dessa época.
O modo de produção escravista tem como base a mão-de-obra escrava e nos demonstra uma forte divisão em classes. Uma classe social é um grupo de pessoas que tem status social similar segundo critérios diversos, especialmente o econômico.
Muitos proprietários, pressionados pelo medo de revoltas ou pelo desinteresse dos escravos em produzir, começam a achar vantajosa a entrega de um pedaço de terra em troca de uma parte do que se produzia. O sistema escravista começa a ser substituído por uma outra forma de exploração do trabalho humano: o feudalismo.
No feudalismo ocorre uma grande transformação na organização não-escravista, porém poucas mudanças na exploração econômica e nas opressões políticas. Aqueles que antes eram senhores de escravos se tornaram senhores feudais, e os que pertenciam à classe de escravos se tornaram servos – presos às terras doadas por seus senhores, prestando total obediência. Os servos trabalham e produzem nesses pedaços de terra doados pelo senhor feudal, que expropria uma grande parte do que é produzido por seu servo. A sociedade feudal era composta por três grupos sociais com status fixo: . A mobilidade social entre esses grupos quase não existia.
Ascensão e queda do sistema feudal
O Feudalismo entra em ascensão na Europa a partir do ano 1000. A exploração camponesa torna-se intensa, concentrada em certas regiões superpovoadas, deixando áreas extensas de espaços vazios. Surgem novas técnicas de cultivo, novas formas de utilização dos animais e das carroças. Com as inovações no campo, a produção agrícola teve um aumento
significativo e surgiu a necessidade de comercialização dos produtos excedentes. A partir do século XI, também há um renascimento do comércio e um aumento da circulação monetária, o que valoriza a importância social das cidades e suas comunas. Com o advento das Cruzadas, esboça-se uma abertura para o mundo, quebrando-se o isolamento do feudo e principalmente restabelecendo o comércio com o Oriente próximo. A expansão do comércio criou novas oportunidades de trabalho, atraindo os camponeses para as cidades. Esses acontecimentos, aliados à formação dos exércitos profissionais, à insurreição camponesa, à peste, à falta de alimentos decorrente do aumento populacional e baixa produtividade agrária, contribuíram para o declínio do feudalismo europeu.
Cresciam as rotas de comércio terrestres e as feiras de artesãos foram se transformando em pequenas cidades que eram chamadas de “burgos”. Nos burgos começaram a surgir ricos comerciantes que eram chamados de “burgueses”. Assim, cresceu muito o número de artesãos que sofriam um duplo processo de exploração: os impostos e taxas exigidos pelo senhor feudal; e o controle sobre a produção dos ricos e poderosos burgueses. Podemos dizer que nesse momento histórico se esboça o nascimento da questão social, onde os artesãos começam a ficar endividados e caem na dependência total dos comerciantes burgueses.

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