Roma Antiga - o Imperio


Consequências das conquistas
Com as conquistas, afluem para Roma riquezas dos povos conquistados e milhares de escravos das populações e exércitos vencidos. Além disso, Roma torna-se dona de milhares de hectares de terras que se expandem em grandes latifúndios. Obviamente que todos estes espólios de guerra concentraram-se nas mãos de poucos (alguns se tornam comerciantes poderosos), o que gerou uma série de desequilíbrios sociais como, êxodo rural, desemprego, miséria, sem-tetos e outras crises sociais. Roma virou uma cidade de desocupados, o que obrigou ao Senado criar a política do “pão e circo” (política de divertimento ao povo, para aliená-lo e evitar as revoltas).

Os irmãos Gracos
Os tribunos da plebe Caio e Tibério Graco tentaram propor leis para ajudar os mais desprovidos. Tibério fez a proposta da lei da reforma agrária; seu irmão propôs a lei Frumentária (venda do trigo a baixo preço), foram perseguidos. Tibério foi assassinado e seu irmão vendo várias de suas propostas sociais sendo rejeitada pelo senado (pois não interessava à aristocracia), continuou sendo muito perseguido. Em 121 a.C. pede para que um escravo o mate.

Disputas internas
Os problemas internos de Roma continuaram; surgem neste contexto, líderes militares que apoiados em suas tropas, assumem o consulado em Roma. O General Mário vai governar Roma como Cônsul sendo eleito em 107 a.C. Profissionaliza o exército que passam a receber salário; permite que a pilhagem das guerras seja dividida entre os soldados; Permite que plebeus ocupem cargos políticos exclusivos dos patrícios; passa a socorrer os desempregados e reduz o poder do senado. Mário vai entrar em conflito com o general Silas representante da aristocracia; explode uma guerra civil em Roma; Mário é derrotado e Silas assume em 82 a.C. como Ditador perpétuo de Roma. Sofrerá grande oposição de setores descontentes. Renuncia um ano após ter assumido o governo vindo a falecer em 78 a.C. As guerras e disputas internas vão causando o esgotamento da República Roma, que neste contexto, vê estourar inúmeras revoltas de plebeus descontentes e também de escravos. A mais conhecida foi à revolta dos escravos liderada por Espártacus em 70 a.C.

Os triunviratos
O senado romano, em busca de uma melhor solução para os desajustes internos, cria o Triunvirato para governar Roma. O primeiro era composto por Júlio Cezar, Pompeu e Crasso. Houve disputas e Crasso faleceu. Nas brigas entre Pompeu e Júlio Cezar, o senado apoiou Pompeu que foi eleito único cônsul. Júlio Cezar com suas tropas, vindo da Gália, invade Roma. Torna-se comandante do exército e assume o cargo de ditador perpétuo. Cezar, apoiado pelo exército, fez uma série
de reformas. Anulou o poder do senado, fez reforma agrária, obrigou os latifundiários a dar emprego a um certo número de trabalhadores livres, a fim de diminuir o desemprego, limitou o poder dos governadores nas províncias, além de outras medidas que passaram a desagradar profundamente a aristocracia. Os senadores começaram a conspirar contra Cezar que em 44 a.C. foi assassinado nas escadarias do senado Romano. Após a morte de Júlio Cezar, foi eleito o segundo Triunvirato formado por Lépido (comandante da cavalaria); o general Marco Antonio (amigo pessoal de Cezar) e Otávio, sobrinho de Cezar. Estes triunveros impediram que o senado tomasse o poder; porém as lutas e discórdias reiniciaram. A república romana foi divida em regiões governamentais. Otávio ficou com o Ocidente, Marco Antonio ficou com o Oriente e Lépido ficou com o Norte da África e Espanha mais foi destituído por Otávio em 36 a.C. que se torna único governante do Ocidente. Marco Antonio alia-se à rainha do Egito Cleópatra e entra em conflito com Otávio. Em 31 a.C. os dois generais entram em combate na batalha de Ácio sendo vencedor Otávio. Marco Antonio suicida-se e Otávio saqueia o Egito, volta para Roma como herói, distribui os espólios de guerra ao povo e recebe vários títulos. Em 27 a.C. recebe o título de “Augusto” (somente dado aos deuses), é coroado imperador de Roma. É o fim da Republica.

Império
Vai de 27 a.C. até 476 d.C. O primeiro imperador Otávio Augusto faz uma série de reformas.
Entre as principais destacamos: criou a guarda pretoriana (pessoal); promoveu uma divisão na sociedade de acordo com a renda, sendo duas camadas sociais (senatorial e eqüestre) as únicas a terem direitos políticos. Fez várias obras públicas (gerando grande número de empregos); desenvolveu o comércio e, internamente, incentivou as artes; pacificou interna e externamente o império (pax romana). Durante seu governo nasceu Jesus Cristo. Morreu em 14 d.C. sendo substituído por seu filho adotivo Tibério.
O alto império: assim é chamado o período
que vai da morte de Otávio Augusto até a dinastia dos Severos em 235. Os principais imperadores deste período são:
Tibério: bom administrador. Em seu governo Jesus Cristo foi Crucificado.
Calígula: deixou a desejar. É considerado pelos historiadores como um desequilibrado mental. Perseguiu senadores e elegeu seu cavalo incitatus, Cônsul de Roma. Foi assassinado.
Cláudio, tio de Calígula: Homem letrado, mais profundamente inseguro. Conquistou
algumas regiões para o império, como Bretanha e Mauritânia. Após ter assinado o edito da sucessão do trono, a pedido de sua quinta esposa Agripina, que exigiu que seu filho Nero fosse beneficiado, foi envenenado pela própria esposa.
Nero: assumiu o trono em 54 e governou até 68. Um dos maiores tiranos da história.
Iniciou uma violenta perseguição aos cristãos que serviam com o “bode expiatório” de seus erros administrativos. Assassinou membros de sua própria família, inclusive sua mãe. Atribui-se a ele o incêndio que destruiu Roma. Foi morto por um escravo a seu próprio pedido.

Para Lembrar
Após a morte de Nero, seguiu-se no ano de 69 uma grande crise interna. Três imperadores sucederam-se neste ano, Galba, Otão e Vitélio. A paz só foi restabelecida quando, no final do ano de 69, assumiu o poder Vespasiano que pacificou o império.
Vespasiano: acabou com a crise interna, equilibrou as finanças e disciplinou o exército. Perseguiu violentamente os cristãos.
Tito: em seu governo houve a erupção do vulcão Vesúvio que destruiu as cidades de Pompéia e Herculano. Foi durante seu mandato que aconteceu a primeira diáspora hebraica (dispersão dos judeus pelo mundo romano com destruição da cidade e do templo Jerusalém).
Domiciano: irmão de Tito. Cruel e despótico, um dos imperadores que mais violentamente perseguiu os cristãos. Foi assassinado por um grupo de inimigos.
Trajano: um dos melhores administradores
imperiais. Construiu edifícios públicos, aquedutos, estradas, pontes etc.
Marco Aurélio: “O imperador filósofo”; era culto e amante das artes. Seu personagem foi homenageado, no filme “O gladiador”.
Cômodo: louco e cruel. Seus atos de despotismo lembram o Imperador Nero. Foi assassinado por seus inimigos. Seu personagem, também é lembrado no filme “O gladiador”.
Caracala: em 212 assinou o Édito de Caracala, concedendo cidadania romana a todos os cidadãos do império. Maquete da cidade de Roma durante o Império, com suas imponentes obras públicas.
1. Coliseu
2. Templo de Vênus
3. Circo Máximo
4. Palácio de Sétima
Severo
5. Aqueduto de Nero

O baixo Império
Período que vai de 235, com o governo de
Severo Alexandre até o fim do Império em 476. Neste período, Roma entra em processo de decadência, também chamado de “crise do século III”. A partir do assassinato de Severo Alexandre, Roma mergulha em uma enorme anarquia militar. As legiões proclamavam seus generais comandantes imperadores; durante 33 anos, entre mortes, assassinatos e traições vários imperadores se sucederam, às vezes no mesmo dia. Em 238, o imperador Cláudio, acaba, teoricamente, com a anarquia militar. Mais já era tarde demais, pois mergulhado em uma crise sem volta o império caminhava para o fim. Os mais famosos imperadores deste período são:
Diocleciano: dividiu o império em quatro partes (tetrarquia), para facilitar a administração. Este sistema, não deu certo.
Constantino: famoso por ter assinado o Edito de Milão, dando liberdade de culto aos cristãos. Também remodelou a cidade de Bizâncio que ganha o nome de Constantinopla.
Teodósio: assinou o Edito de Tessalônica, tornando o cristianismo religião oficial do império romano e banindo todas as outras religiões. Também assinou um Edito, em que após sua morte, o império deveria ser dividido em Ocidente e Oriente para seus dois filhos Honório e Arcádio. Isto aconteceu em 395.

O final do Império
As crises militares já citadas, somadas a outros fatores como crise na mão-de-obra, pois devido à falta de infra-estrutura o império parou com as conquistas já desde o reinado de Trajano.
A falta de conquistas vai cessar a entrada de escravos no império. Como a mão-de-obra escrava era o sustentáculo de toda economia imperial, as crises no modo de produção vão acelerar o processo de decadência. Ainda é bom lembrar que outro fator de desagregação da escravidão foi os
romanos que se convertiam ao cristianismo e, imediatamente libertavam seus escravos, adotando-os às vezes, como filhos. Tal situação enfraqueceu a instituição imperial cristã, gerando dentro do império uma mentalidade antiescravista.
Acrescentamos, ainda, os elevados gastos públicos para sustentar a estrutura administrativa e militar, aumento dos impostos sem equilíbrio, os graves problemas sociais das populações menos
favorecidas, desordens e rebeliões constantes e, por último, Roma teve que enfrentar as pressões dos povos bárbaros (principalmente os germânicos) que a procura de terras férteis e quentes, lentamente penetravam no interior do império. O século IV e o século V marcam constantes invasões dos bárbaros no império que de lentas e pacíficas, tornaram-se rápidas e violentas, incluindo a invasão de Átila (tártaro mongol). Em 476, Odoacro, chefe bárbaro da tribo dos Hérulos, invade Roma, depõe o último imperador romano Rômulo Augusto determinando o fim do maior império que a humanidade conheceu.

Para Lembrar
Desde o reinado de Nero (por volta de 64) até o Imperador Constantino, que assinou o Edito de Milão em 313, os cristãos foram perseguidos pelo governo oficial de Roma.
Os motivos que levaram ao holocausto de milhares de mártires cristãos foram muitos.
Destacamos: os Cristãos não cultuavam o imperador como deus, não cultuavam os deuses pagãos romanos, os cristãos recusavam-se a servir ao exército e a pegar em armas para fazer conquistas, eram contra a violência do império romano, além do que não aceitavam a instituição da escravidão. Os Romanos, ao longo do império, foram se convertendo ao Cristianismo. Antes, adotavam uma religião politeísta e antropomórfica copiada dos gregos (os deuses romanos são os mesmos deuses gregos, só que com nome latinos). Ainda era um fator de unidade do império, o culto ao imperador como divindade e quem não o fizesse, era condenado à morte.

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